DEPRESSÃO
Vanessa Marques Rangel
Dezan – CRP 06/149845 – e-mail: psivanessamrd@gmail.com
27 de maio de 2019.
O que é a tristeza?
A tristeza e uma emoção normal,
consequente de alguma situação da vida. Quem está triste sabe qual o motivo,
tem pensamentos repetitivos sobre a razão da tristeza. Exemplos de tristeza:
luto, ruína financeira, doença médica grave ou incapacitante. Cabe ao médico
avaliar se é necessário uso de algum medicamento para estabilizar o humor.
O que é a Depressão?
A depressão é uma tristeza profunda, pode
ou não ter sido desencadeada por alguma situação. Problema de saúde mental que
afeta a pessoa, causando sofrimento e prejuízos em diversas áreas da vida
(social, profissional, escolar e familiar).
É uma doença preocupante, pois se não
for adequadamente tratada, pode levar a morte intencional (suicídio) ou não
intencional (colocando-se em situações que trazem risco à saúde ou à vida,
exemplo: alimentação e autocuidado inadequados aumentam a pré-disposição a
outras doenças).
Quais
são as Causas?
Fatores psicológicos e sociais (estresse,
ansiedade, traumas físicos ou psicológicos, mudanças de fases da vida), predisposição
genética, distúrbios fisiológicos (hormônios, funcionamento do organismo,
doenças), uso de medicamentos ou substâncias psicoativas,
Quais os sintomas?
Por no mínimo 2 semanas, persistindo na
maior parte do dia, por quase todos os dias, apresentando nítidas alterações (para
si ou para outros) em pelo menos 5 (cinco) dos seguintes sintomas:
- Humor triste, vazio ou irritável;
- Perda de interesse ou prazer (retraimento social, negligência no autocuidado, perda do interesse sexual);
- Perda ou ganho de peso sem estar fazendo dieta;
- Insônia ou hipersonia (sonolência excessiva);
- Agitação ou retardo psicomotor (lentificação);
- Fadiga / perda de energia;
- Sentimentos de inutilidade / culpa excessiva ou inapropriada;
- Diminuição na capacidade de pensar, se concentrar e tomar decisões;
- Pensamentos recorrentes de morte (variando desde o desejo de não acordar, crença que os outros estariam melhor sem ele, até o planejamento do suicídio).
* Em crianças e adolescentes (além dos sintomas anteriores) o humor é caracterizado por irritabilidade, principalmente em caso de frustração; queda abrupta no rendimento escolar; dificuldade de se concentrar; e isolamento.
O que fazer?
Por ser uma doença, a depressão
necessita de acompanhamento médico e psicológico.
A especialidade médica que cuida da
saúde mental é a Psiquiatria. O médico psiquiatra avalia se há alguma disfunção
biológica, a gravidade da doença (leve, moderada ou grave) e se necessário poderá
receitar medicamentos para corrigir uma possível disfunção e estabilizar o
humor. Porém, a medicação tem efeito de tirar a pessoa da crise depressiva.
O acompanhamento psicológico é
essencial, porque possibilita a pessoa refletir sobre sua vida, compreendendo os
fatores que predispuseram o estabelecimento da doença, desenvolvendo habilidades
de enfrentamento de desafios e o autoconhecimento.
O SUS – Sistema Único de Saúde está
preparado para acolher pacientes com problemas de depressão, ansiedade e/ou
estresse, dependência de álcool ou drogas. O atendimento é realizado em uma
Unidade Básica de Saúde ou nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).
A psicoterapia trabalha com o objetivo
de descobrir as causas e encontrar formas saudáveis de aliviar o sofrimento
psicológico, desenvolvendo habilidades de empatia, tolerância a frustrações,
regulação emocional, encontrando sentido para vida.
Como
ajudar?
- Acolha a pessoa que passa por um problema;
- Escute-a, sem julgamentos;
- Sugira um check-up médico;
- Aconselhe a buscar ajuda médica ou psicológica;
- Faça companhia, incentive a fazer atividades saudáveis como uma atividade física, alimentação saudável;
- Ofereça afeto: abrace, dê carinho, elogie, conforte;
- Em situações drásticas, acompanhe esta pessoa no atendimento médico.
Lembre-se: cuide de si para que possa
ajudar o próximo.
Depressão
na infância e adolescência
Atualmente a rotina da sociedade gera
desgaste físico e mental. As crianças estão expostas a fatores estressantes e
problemas que antes eram exclusivos do mundo adulto. Porém, crianças e adolescentes
não estão preparados para lidar com pressões e frustrações. O excesso de
atividades, trabalhar para ajudar os pais, cuidar dos irmãos, alimentação e
sono inadequados, acesso ilimitado a tecnologia, falta de limites e controle
dos pais/ responsáveis, ausência do contato familiar, cobranças excessivas por
desempenho acadêmico e profissional, geram estresse e podem acarretar em
depressão.
É muito importante a criança ou o jovem
ter uma figura de apoio, que pode ser um familiar, amigo ou professor. A pessoa
que percebe uma mudança brusca de humor ou comportamento, deve acolher esta
criança / adolescente na tentativa de compreender o que ocorre e acionar uma
rede de apoio como família, coordenação acadêmica e / ou serviços de saúde.
Os adolescentes passam por mudanças físicas,
cognitivas e sociais que o predispõem a desafios naturais da faixa etária.
Fisicamente mudanças corporais e hormonais podem gerar vergonha, não aceitação,
descobrimento da sexualidade, necessidade de descansar por conta do pico de
crescimento. Cognitivamente o adolescente está descobrindo e construindo sua
identidade, por este motivo busca diferenciar-se dos pais e passa mais tempo
isolado ou com os amigos (não querem a companhia dos pais, ocorre mudanças no
modo de se vestir e falar, tem ídolos, surgem dúvidas quanto a sexualidade). Socialmente,
o adolescente tem que lidar com a perda das regalias da infância e as cobranças
do mundo adulto.
Muitos jovens buscam alternativas pouco
saudáveis para lidar com as mudanças e com a inabilidade em lidar com as
situações, como comportamento de risco, automutilação, uso de álcool e drogas.
Como ele próprio começa a julgar o que é bom ou ruim, certo ou errado, não há
uma preocupação quanto as consequências dos seus atos. Essencial é manter um
canal de comunicação, aberto para ouvir este jovem, sem julgamento. Sempre
esclarecendo as dúvidas e orientando sobre riscos e consequências dos seus
atos.
A família deve demonstrar afeto, fazer
elogios, cobrar respeito, satisfação e presença, estarem atentos a mudanças no
humor, isolamento, alimentação, continuar presente na vida do jovem.
Caso pais / responsáveis tenham dúvidas
sobre o comportamento da criança ou adolescente, é aconselhável que busque
avaliação de um médico ou de um psicólogo. A psicoterapia trabalha com o
objetivo de descobrir as causas de comportamentos e sentimentos inadequados, encontrando
formas saudáveis de aliviar o sofrimento psicológico, desenvolvendo habilidades
de empatia, tolerância a frustrações, regulação emocional, encontrando sentido
para vida.
Cuidar da saúde
mental deveria ser um hábito, como cuidar da saúde física. Porém, culturalmente
não estamos habituados a falar dos nossos sentimentos. Buscar ajuda médica ou
psicológica, é um ato de amor próprio.
Clínica de Psicologia – Rua Paracatu, 239 – Saúde – São Paulo. Atendimento infantil, adolescente, adulto e 3ª idade, particular, convênios por reembolso e atendimento social. Contato: Vanessa Dezan CRP 06/149845 - Whatsapp (11) 99368-2727 - email: psivanessamrd@gmail.com